O presente trabalho tem como objetivo apresentar a poesia e enquanto possibilidade metodológica para o fazer antropológico. A partir do campo teórico que se consolidou na
Antropologia enquanto Estudos de Performance, a pesquisa aborda a escrita enquanto uma ação
descolonizadora, por meio de performances poéticas realizadas em saraus de rua e em Slans, em Aracaju, a partir de uma experiência sensorial. A trajetória que vai do
uso da poesia em primeira pessoa à construção de narrativas antropológicas, evidenciando
como essas linguagens, para além de suas dimensões artísticas, quando encaradas como ações políticas emancipadoras comportam um potencial gerador de rupturas e,
consequentemente, criador de uma ciência que não segrega tampouco compreende as vivências como formas subjetivas de conhecimentos.