Há uma repetição, em Machado: romance (2016), de Silviano Santiago, que se bifurca em imagem e palavra. Primeiro, vemos a tela Transfiguração (1517–1520), de Rafael. Páginas depois — ao final do livro —, lemos o título do último capítulo, “Transfiguração”. Nessa parte, também lemos uma citação àquela tela: “A imagem do ser humano em vias de se transfigurar é delineada pela imaginação poética de Rafael por traços nítidos e vigorosos.” (SANTIAGO, 2016, p. 407). Não há uso de écfrase nesse trecho, nem na maior parte do livro, exceto em páginas anteriores, quando o narrador divide a tela em dois extremos (metade superior e metade inferior). O narrador, na biografia de Machado de Assis, prefere resistir à descrição minuciosa das imagens.

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